Chove cimento do céu
Correr, correr, seguir correndo.
Chove cimento do céu.
Uma máquina infernal vai nos cobrindo.
Entre longos edifícios eu me aperto
Buscando uma fresta que dê ao céu
Só uma fumaça
negra se desenha
De uma noite sem estrelas...
Sem lua... sem céu...
Correr, correr seguir correndo
Engolindo o último ar que nos resta,
e as máquinas com sua carga de cimento
e seu império de engrenagens
que as movimentam.
Eu as venho vir!.
Estou consciente.
Mais sigo alienada em o presente.
Sinto calar-se a voz de um continente!.
É um silencio seco....
Que gruda na minha pele como escama.
É uma explosão de almas!!!
É o peixe, a ave e a floresta;
Buscam o céu... e caem mortos...
E eu busco a Deus arranhando esta tormenta.
Para a sombra
da árvore...se fez tarde....
Para chegar ao mar...não tem mais tempo....
Já estou meu curvando a terra....
Com meu sangue, meus ossos e minha mente!
Me encolho a morrer...
já vou cedendo...
E uma massa de cimento vai-me cobrindo.
SYLVIA ELIZABETH
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